Roménia : Alina Bica, figura de um governo corrompido

Manon Béghain, correspondante em Bucareste, Roménia Traduzido por Mayca Fernandes Santos
6 Janvier 2015



21 de novembro passado, Alina Bica, chefe do departamento da luta contra o crime organizado e o terrorismo, foi indicada por suspeita de envolvimento em um caso de corrupção. Luz sobre o que teria custado cerca de 62,5 milhões de euros de prejuízo ao estado romeno.


Crédits DR
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Desde sua entrada na União européia em 2007, o estado romeno fala da corrupção e do crime organizado como sendo uma de suas principais preocupações. Mas como lutar contra este flagelo, quando os principais culpados são os dignos representantes do próprio Estado?

Apoiado pela União européia desde 2005, a Direção nacional anti-corrupção (DNA), presidenciada por Laura Kövesi, alerta os grupos políticos revelando inúmeros casos de corrupção e luta pra instaurar uma política mais transparente em relação a população romena. Entre as prisões mais divulgadas: em 2012, Adrian Nastase, primeiro ministro socialista de 2000 a 2004, foi condenado a dois anos de prisão por corrupção.

O último 30 de setembro, nove antigos ministros foram acusados de terem recebido propina de compras de software Microsoft, que foram cinco vezes mais caros do que o preço de mercado.

Em 21 de outubro, o porta voz de Victor Ponta, candidato socialista às últimas eleições presidenciais, foi convocado pelos procuradores da DNA, acusado de ter pressionado o ministério da justiça para que façam passar um projeto de lei destinado a dar anistia à vários políticos presos por corrupção.

É no meio de todos esses casos, e também no dia seguinte de uma eleição cheia de esperanças para a luta anti-corrupção que o caso Alina Bica explode. 

Um caso que incomoda

Em 21 de novembro, cinco dias depois da vitória de Klaus Iohannis durante as presidenciais. Sendo que este tinha feito desta luta contra a corrupção uma de suas prioridades de campanha, um primeiro caso transtorna a classe política: Alina Bica, nem mais nem menos chefe do departamento da luta contra o crime organizado e o terrorismo, procuradora e ex secretária do Estado, foi colocada sob suspeita.

Suspeita de ter causado uma perda de 62 milhões de euros ao Estado romeno, seu nome é um dos mais citados nesse caso, devido as suas funções no governo. Mas ela não é a única envolvida: quatro outros homens políticos também estão envolvidos neste caso.

O caso data de 2011, Bica, Alexandru, Bogdan, Diacomatu e Attila são membros da comissão nacional para a restituição das propriedades confiscadas pelo antigo regime comunista.  

Stelian Gheorghe, empresário no setor imobiliário, reclama um pedido de indemnização por um terreno de 13 hectares localizado no distrito de Plumbuita, Bucareste. Os membros da comissão fazem apelo à Emil Nutiu, especialista imobiliário, para estimar o valor do bem. A justiça afirma que o valor estabelecido por este último, que é de 85 milhões de euros, se revelou ser mais importante que o valor verdadeiro do bem, 25 milhões de euros. Esta estimação leva a uma perda de 62 milhões de euros para o estado romeno. Os membros da comissão são acusados de fazer vista grossa do valor, sabendo a causa e com o objetivo de receber recompensa financeira. 

Iohannis, a esperança de um povo desiludido

Entretanto, o caso está longe do fim: muitos políticos caem a cada semana. Se a corrupção era comum na Roménia, a eleição de Klaus Iohannis é uma verdadeira esperança para o povo romeno. Durante a sua campanha, o novo presidente declarou: "Eu sou o único candidato ainda na corrida que está disposto a garantir a justiça, independência e Estado de Direito. »

Os romenos esperam muito de seu novo presidente, que ainda tem que dar provas e mudar a política corrompida de uma Roménia que evolui em todos os pontos de vista.

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