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Do dia 3 até o dia 18 de julho, os melhores desportistas das ilhas do Pacífico se juntam em Port Moresby, a capital da Papuásia-Nova Guiné. De fato, conhecemos muito pouco os atletas do Taiti, de Guam ou do Reino de Tonga. Fora o rugby e alguns atletas de Nova-Caledônia conhecidos por jogar pela camisa francesa, estes desportistas não estão presentes a nível profissional. A cada quatro anos eles se encontram na Oceania para se enfrentar em várias modalidades, como durante os Jogos Olímpicos.
Distante na escala geográfica e midiática
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“Os jogos do Pacífico são um grande evento na região pois oferecem aos países e nações deste grande oceano uma das raras oportunidades de se encontrarem. É um evento desportivo mas também um encontro fraternal” explica Erik Dufour. Encontros, diálogos, enriquecimento cultural pela mistura e o compartilhamento são então as palavras-chave destes Jogos. Os Jogos Olímpicos, por sua vez, são o evento desportivo mais popular no mundo. Milhões de torcedores se juntam ao redor dos estádios, das pistas e das piscinas da cidade sede. As mídias estão em todos os cantos, os lugares são caros, as performances de alto nível e o espetáculo é sensacional. Diferenças são evidentes entre os Jogos do Pacífico que finalmente pareceriam mais com os Jogos Olímpicos da juventude, a nível da mídia pelo menos. Nos Jogos Olímpicos, a Papuásia-Nova Guiné chega com uma delegação bem pequena, aqui ela tende a ganhar títulos. “No plano desportivo, o nível das competições é regional, muito abaixo das performances realizadas nos Jogos Olímpicos”, acrescenta Erik Dufour. O nível dos desportistas não é o mesmo, apesar de que, por exemplo, o vencedor dos 100 metros nado livre nadou as duas raias em 50”63. Um tempo bastante honorável. No Pacífico, somente a Australia já sediou os Jogos criados pelos Gregos. Longe das somas de dinheiro gastas por Pequim ou Londres, Port Moresby consegue no entanto ter uma boa organização. A Papuásia utiliza o seu folclore e suas tradições para organizar jogos ao mesmo tempo pacíficos, culturais, mas também e apesar de tudo, mais competitivos do que jamais foram.
A Austrália e a Nova Zelândia como reforços
Créditos: Heidi Yieng Kow, Polynésie Primeira
Neste ano os Jogos ganham um interesse desportivo. Por sua 15° edição e pela primeira vez, a Nova Zelândia e Austrália foram convidadas. Uma mudança tamanha sabendo que estas duas nações dominam de maneira muito forte o esporte na Oceania. Elas criam interesse e trazem mais-valias para as performances realizadas. Porém, a presença delas permanece limitada. Os atletas dos dois países famosos não participam em todas as competições e são menos numerosos do que nos Jogos Olímpicos. Esta decisão foi tomada para que os dois gigantes do continente não dominem consideravelmente a concorrência. No mundo desportivo, a Austrália e a Nova Zelândia são países acostumados a vencerem e ganhar medalhas, ou seja, o exato contrário das nações que participam nos Jogos do Pacífico. As provas de taekwondo, de halterofilia, de vela ou de rugby são as únicas nas quais a Austrália e a Nova Zelândia podem participar.
A Nova-Caledônia no topo do Pacífico
Foi em 1963, em Suava, nas ilhas Fiji, que os primeiros Jogos do Pacífico foram organizados. Mas foi somente à partir de 1971 nos Jogos de Papeete no Taiti que esta competição desportiva foi organizada a cada quatro anos da mesma maneira que os Jogos Olímpicos. Ao todo, são 28 esportes para 22 nações participantes. Algumas delas não são independentes, como a Nova Caledônia que domina a tabela das medalhas desde a criação dos Jogos. A ilha francesa contava 777 medalhas de ouro antes dos jogos deste ano, se contarmos todas as medalhas ganhas desde 1963. Ela ultrapassa de muito as ilhas Fiji e as suas 354 medalhas de ouro. “A Nova Caledônia ganhou 12 vezes em 14 jogos”, lembra Erik Dufour. Neste ano, entre os atletas mais famosos, podemos notar a presença da nadadora Caledônia Lara Grangeon, múltipla campeã francesa e recordista da França dos 400 metros 4 nados e agora chamada “a rainha do Pacífico” pelos nossos confrades da Papuásia.
“De uma maneira geral, o clima é excelente e relaxado durante os Jogos. Os habitantes da Papuásia colocaram enormes recursos para receber os países da região nas melhores condições, com instalações desportivas completamente novas. O lado da segurança destes jogos também foi um enorme desafio para este país de 8 milhões de habitantes cuja maioria é muito pobre”, desenvolve Erik Dufour. Os povos das ilhas da Oceania permanecem muito ligados aos seus modos de vida e aos seus ancestrais. Eles têm orgulho de seu passado e não querem indubitavelmente alcançar um desenvolvimento industrial muito grande. As mentalidades são diferentes do ocidente. Desta maneira, organizar Jogos de qualidade torna-se menos importante do que destacar a cultura e os costumes da região. O objetivo é demostrar que podemos fazer esporte de alto nível sem a ambição de trazer milhões de espectadores e dispor de um orçamento gigante. Os Jogos do Pacífico são então bem nomeados. O encontro está marcado em Nuku’alofa em Tonga para a próxima edição destes Jogos atípicos.