Excursão a Praga

Chloé Marchal, Traduzido por Emmanuelle Blénet
30 Mars 2016


Encontro com os habitantes de Praga, os quais fazem da capital um local privilegiado da vida cultural.


Capital da República Checa desde a independência em 1918, Praga desempenha um papel preponderante na Historia da Europa central no século XX : mártir durante o Terceiro Reich, insurgente durante a Primavera de Praga em 1968, reconvertida em 1990 depois da Revolução de Veludo. Daqui em diante, a cidade possui uma paisagem marcada pela História e o desordem.

Apelidada « Capital mágica da Europa » pelo poeta André Breton, tem uma grandíssima notoriedade pelo património cultural, reconhecido desde 1992 na lista da Unesco. Porque a cidade antiga (Staré Město) foi quase completamente poupada pelos obus durante a Segunda Guerra Mundial, numerosos estilos arquitetônicos foram preservados e revezaram-se ao longo dos séculos. Daqui em diante, artes barroca, gótica e românica fazem parte da arquitetura da cidade. O famoso castelo (Pražský hrad) e a catedral de São Vito dominam a cidade antiga ao passo que nove pontes, entre os quais o mais que famoso Ponte Carlos, atravessam o Rio Moldava e assim ligam as margens coloridas. A cidade, verdadeiro « museu a céu aberto » com numerosos relevos e com o encanto feérico atraí uma população internacional. 

25 de Dezembro de 2015 : As ruas de Praga são congestionadas pelos turistas e mercados de Natal. Entre os pinheiros iluminados, em frente de corais, os turistas misturam-se com os locais para compartilhar vinhos quentes e Trdelnicks (brioches típicos circulares e escavados cozidos num espeto) pelo preço de 60 coroas, que equivalem a 2 euros. Entre duas barraquinhas de comida e presépios de broa doce, os vendedores estendem quiosques nos quais marionetes, bonecas de madeira, de tecido ou esculpidas de maneira artesanal são espalhadas.



A cidade atraí muitos estudantes internacionais, nomeadamente graças à famosa escola de cinema, a FAMU. Entre os estudantes, Nader Chalhoub, libanês, e Clémence Arrivée, francesa, que compartilham a experiência da vida estudante em Praga. De acordo com Nader, « há muitos estudantes internacionais. A vida é muito barata comparado com os países da Europa Ocidental ou ainda com o Líbano. Então, os estudantes são, em geral, confortável nesta cidade e cada noite, onde que seja, encontraram novas pessoas estrangeiras. Infelizmente tive poucas oportunidades para frequentar os Checos, regra geral, à primeira vista, podem parecer um pouco frios... Evidentemente, há muitas exceções ! »

Os dois estudantes frequentam os mesmos principais bairros da capital, desde o Zizkov com o bar Vzorkovna, o Holesovice com o Cross Club  para os Narodni Divadlo, Letna, Krymska por exemplo. Clémence descreve assim o encanto desses bares dos mais típicos : « Todos têm o mesmo aspecto, bares um pouco paralisados com bancos e mesas de madeira. Bebe cervejas e joga às cartas toda a noite. Nessas noites, sente-se relativamente integrado na vida local. Se não, estou de acordo com Nader, talvez nos misturamos bastante pouco finalmente. »


De acordo com uma pesquisa do site Eurostat, a capital checa classifica-se entre os quinze primeiros destinos turísticos europeus. Ubíquos no período de Natal, a presença deles tem consequências diretas não só na desmultiplicação dos mercados de Natal mas também na paisagem de sons. Difícil de aceder para os turistas, em período de festas substitui-se o checo pelo espanhol, o italiano, o inglês ou o francês nas ruas.




Nos mais locais bairros, encontram-se lojas cheias de estantes nas quais bonecas russas e outras obras artesanais são espalhadas. Cada semana, ao abrigo do centro turístico da cidade, um grande mercado toma lugar no bairro periférico de Kolbenova, « a maior feria da ladra »de acordo com o site web do mercado. Quando se interroga Nader sobre as tradições culinárias, responde de forma direta : « A cerveja evidentemente ! » antes de descrever uma cidade onde se estabelecem maciçamente os restaurantes tradicionais que propõem pratos típicos como o Goulash (pedaços de carne num caldo especial servido com uma espécie de pasta semi-cozida) o Pikantni hermelin (queijo Camembert recheado com alho e pimento). Incontornáveis. « Nos cafés, há sempre uma sopa do dia. Não custa nada e pede-se com uma cerveja e uma fatia de pão ao cominho », explica Clémence.